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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O atleta vassoura

Roberto Laranjeira, Vassoura no UTSL...
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Para os que se estão a iniciar nas corridas de trilhos ou mesmo os que já praticam, mas nunca pensaram muito nisto, partilho uma reflexão sobre a importância do atleta vassoura. Porque não é só «varrer»...
À semelhança do que acontece nas corridas de ciclismo, onde existe um carro-vassoura para apoio aos últimos atletas e assinalar o fecho da prova, também no trail existe o atleta vassoura. A função desse atleta é seguir na última posição e «varrer» a prova, certificando-se que nenhum atleta em prova ficou para trás.

Regra geral, esse atleta é voluntário e desempenha um papel importante na organização de uma prova, porque a sua função não se esgota no varrer.
O «vassoura» vai dando indicações à organização do decurso da prova, já que a sua passagem determina o fim da prova e permite a desmobilização das equipas de apoio, seja dos abastecimentos, dos cortes de estrada, do socorrismo ou da segurança. 

Outra função diz respeito aos controles de tempo. Em muitas provas existem barreiras temporais que devem ser atingidas; para imprimir velocidade à corrida, por questões de segurança  ou para prevenir o prolongamento indefinido da prova; afinal o trail é uma corrida que se pode fazer a caminhar, não é uma caminhada. Ao não se atingirem os tempos predeterminados pela organização, os atletas são barrados e não podem prosseguir em prova. O atleta vassoura tenta circular pela prova dentro dos tempos limites e vai transmitindo essa informação aos atletas mais recuados, evitando a sua desclassificação. São, grosso modo, como os atletas dos balões de tempo nas maratonas, só que no limite da prova.


Roberto Laranjeira, Vassoura no UTSL...
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Por último e não menos importante, o «vassoura» vela pela segurança dos participantes. Se o atleta vassoura tiver conhecimentos básicos de socorrismo ou de suporte básico de vida, sempre poderá ajudar algum atleta em dificuldades até à chegada das equipas de socorro. Outro aspecto a ter em conta é a verificação da existência de atletas extraviados do percurso. Isto é muito difícil, porque os participantes podem afastar-se do trilho marcado, por desorientação ou alívio da fisiologia e regressar a ele após a passagem do atleta vassoura. Por isso é importante que este verifique o percurso realizado, controlando a periferia do trilho e olhando para trás e à distância, prevenindo o extravio ou a circulação mais atrasada de atletas.
Roberto Laranjeira
Arqueologo

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