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quarta-feira, 1 de março de 2017

Estarão a matar o Trial Running em Portugal?

REFLEXÃO




ESTARÃO A MATAR O TRAIL RUNNING EM PORTUGAL?

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Como é do conhecimento de alguns Atletas, iniciei-me nestas “andanças” diga-se corridas de montanha com e sem trilhos, há cerca de 30 anos. Nessa altura, a grande dificuldade que existia, era conseguir descobrir um evento desses. Não havia telemóveis, não havia internet, não havia redes sociais. A informação chegava através de panfletos distribuídos nas corridas de estrada. Mas raramente havia essa distribuição porque simplesmente quase que não haviam corridas de montanha. Apenas 3 ou 4 por ano… Há um ditado popular que diz o seguinte: “não há fome que não dê em fartura”. É verdade, nada mais apropriado ao actual estado do trail em Portugal. 


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A dificuldade que havia nos anos 80 para conseguir correr em montanha, neste momento acontece a mesma coisa mas no sentido inverso. Por cada fim-de-semana, são tantas em tantos locais por esse País fora, que torna-se menos stressante se escolhermos         “de moeda ao ar”.


Depois do nosso amigo Zé Moutinho ter trazido para Portugal a palavra Trail Running com que batizou a sua Serra da Freita em 2006, a Geira Romana no ano seguinte e o MIUT houve apenas uma organização (Amigos da Montanha) que em 2010 usou também essa denominação. Em 2011 Já eram 3 Organizações: Zé Moutinho, Carlos Sá, Amigos da Montanha.


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Daí para cá é o que se sabe. Qualquer clube, comissão de moradores, casa do povo, centro sociai ou paroquial, camara municipal, junta de freguesia, Bombeiros, loja, lojinha, ou simplesmente a nível individual, organizam um Trail. Se observarmos nos meios em que estão programados esses eventos, veremos que são trail’s curtos trail’s longos, são ultra trail’s. E isto a uma média de 8/9 por cada fim-de-semana.

Até aqui tudo bem, de momento que hajam Atletas (o que nem sempre acontece) para dignificarem o Trail e o que ele representa, que hajam organizações que saibam o que estão a fazer (escolha de percursos, marcações, abastecimentos, segurança em todo o percurso, cumprir e fazer cumprir o respeito pelo meio ambiente e natureza), tudo bem. Acontece porém que segundo relatos que me chegam e outros que eu constacto, isso numa grande maioria não acontece. Preocupam-se apenas com os “$$” que possam obter. E em minha opinião são estas organizações que estão a matar o Trail em Portugal.


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Não sou saudosista, mas recordo com saudade o tempo em que as corridas de montanha (o “trail” dessa época) serviam não só para desfrutarmos e respeitarmos a Natureza, como estreitarmos cada vez mais em cada prova o sentimento “familiar” que se respirava prova após prova. Era uma família grandinha…

 Nessa altura não havia a quantidade de suplementos alimentares que hoje há, mas havia alguns. Quando a organização ia levantar as marcações, não encontrava um invólucro de gel no chão, uma garrafa de água ou algo que prejudicasse a Natureza e o meio ambiente.

Infelizmente hoje há atletas??? Que desrespeitam esses princípios de “deixa o percurso mais limpo do que quando por lá passou o 1º Atleta”.

Ainda no passado fim-de-semana no levantamento das marcações do Trail de Gondar, eu e os meus colegas “vassouras” para além dos invólucros do gel e das barrinhas energéticas, encontramos espalhadas pelo trilho dezenas de garrafas de água vazias. Evento que me convidem para “Padrinho”, só aceitarei se nos abastecimentos não houver garrafas de água. O regulamento pode incluir uma alínea de obrigatoriedade de o Atleta ser portador de um recipiente para encher os líquidos. Se o não levarem, não bebem!

Há duas semanas atrás tive a honra de ser o “Vassoura” do PGTA. Foram 7 etapas que para além de acompanhar o último Atleta, levantei toda a marcação. Só numa dessas etapas, é que encontrei um invólucro de um gel, mas tudo me leva a crer que teria caído sem o Atleta dar conta, caso contrário teria encontrado muitos mais.

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30Abril 2017



Quim Sampaio - Ultratreailer

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